eternamente atormentado por cada afeto que deixei de cultivar
mais quantas parcelas ainda tem pra pagar?
o tempo das coisas me consome
enquanto tento em vão ver pra além dessa ilusão
mas tudo some
fadado a repetir erros (não!)
fadado a repetir egos (não!)
tomando a vida pelas rédeas
fica a cicatriz mas o peso eu libero
traço a linha de fuga do centro escuro e deserto
de certo sou bem mais que eu
mas também sou passado que não me desgruda
e se o sim é a estrada
o trânsito tá complicado
e nada é mais movimento
que um não bem colocado
é preciso afirmar o novo
de novo e de novo e de novo
a pressão da opressão nos revolve
o tempo é cruel e perfura meu corpo
e infelizmente criar algo novo é sorrir frente ao
linchamento diário da vida
frente a cada inesperada despedida
enquanto ainda há uma lágrima escorrida
depois do tempo tecer intrigas
depois da quebra da expectativa
é o direito ao erro, é a busca do humano
é a empatia, o "eu desap(ego)"
a planta sobe no concreto
o corpo entra em guerra com o tédio
é gasolina no teu prédio
é faca na farda do ego
e mais quantas parcelas ainda tenho pra pagar?
pela marca da consciência a se reencenar
assombrado pela compulsão
à repetição, à repetição (...)
não!
morro e nasço num encontro
não há tempo pro que vão pensar
sou eu, nada vai me parar
na medida em que há um eu pra afirmar
The latest from Terence Hannum's anti-fascist power electronics project uses claustrophobic noise to evocative, visceral ends. Bandcamp New & Notable Feb 6, 2019