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brasil, um sonho intenso

by suave

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1.
2.
pessoas que são de esquerda que já são minoria sei disso mas elas dizem "eu luto pela diminuição da desigualdade social" isto é capitalismo lutar pelo fim do capitalismo é lutar pelo fim das classes e pelo fim da apropriação das coisas por alguns ou pela apropriação geral de todas as coisas todas as coisas do mundo não devem ser mercadorias todas as coisas do mundo devem ser de todos e de todas e deve haver aqui um domínio direto das trabalhadoras do mundo sobre a riqueza do mundo revolucionária e revolucionário é quem não segue modelo é quem vai inventar uma experiência que não tem pra copiar porque quem tem pra copiar é conservador vocês são escravos de um papel sample: https://www.youtube.com/watch?v=9CS-vZt6bWM
3.
“macumbeiro: definição de caráter brincante e político que subverte sentidos preconceituosos atribuídos de todos os lados ao termo repudiado e admite as impurezas, contradições e rasuras como fundantes de uma maneira encantada de encarar e ler o mundo no alargamento das gramáticas. o macumbeiro reconhece a plenitude da beleza, da sofisticação e da alteridade entre as gentes. a expressão ‘macumba’ vem muito provavelmente do quicongo kumba, ‘feiticeiro’. kumba também designa os encantadores das palavras, os poetas, os griôs, as jelis. macumba seria, então, a terra dos poetas do feitiço; os encantadores de corpos e palavras que podem fustigar e atazanar a razão intransigente e propor maneiras plurais de reexistência pela radicalidade do encanto, em meio às doenças geradas pela retidão castradora do mundo como experiência singular de morte.” sample: https://www.youtube.com/watch?v=ciQLWs7xVCw sample: https://www.youtube.com/watch?v=F-drrZF0JBQ
4.
foda 03:44
a ideia do cafetão: essa prostituta acha que o cara vai salvar... vai garantir a tal da estabilidade. quando a vida é turbulência por natureza; a vida se move cada vez que novas experiências do mundo, novos efeitos dos encontros dos nossos corpos nos obrigam a nos recriar, nos reconfigurar. então, enquanto dura esse pacto, o cafetão pode ser super do bem e de esquerda; ele pode dizer "eu vou dividir com você até um pouco do que eu tô ganhando, pra você ficar bem... te comprar umas roupinhas super legais, te colocar numa casinha legal e tal" mas a estrutura daquela relação se mantém. quando é que a prostituta se livra do cafetão? quando ela descobre que por trás daquela máscara de absoluto controle sobre si e sobre o mundo, que garante tudo, tem uma miséria humana das mais terríveis, porque ela não tem nenhuma existência pra ele. ela só existe como objeto de abuso. então, esta é a relação que o capital, o regime colonial-capitalista-racializante estabelece com os vivos. não só com os humanos; com a terra, com tudo. é um objeto de um abuso sobre o qual eu projeto representações que não tem existência nenhuma no meu corpo. esse exemplo da prostituta é legal porque ela sai dessa dinâmica quando ela se dá conta que ela tá sufocada, que na verdade ela não tem existência nenhuma pra ele. então, o feitiço que ele exerceu sobre ela de sedução se desmancha. desmanchou o feitiço, não tem como voltar a se sentir enfeitiçado. não tem volta. sample: https://diplomatique.org.br/guilhotina-40-suely-rolnik/
5.
eterno agora 05:33
eterno agora às vezes voa às vezes demora sample: https://www.youtube.com/watch?v=0KndSvyBh7s
6.
e o homem branco só quer destruir só pensa em recurso financeiro só vender, destruir não pensa naquela pessoa própria ela pensa que tá destruindo outra coisa mas ela tá destruindo a si própria porque a mãe-terra também cobra a floresta também cobra quem olha pra dentro acorda todo rei deve se enforcar arrebatado em águas revoltas sample: https://www.youtube.com/watch?v=Uf7DngCaqQU

about

review de Joe Osborne da Sounds and Colours (tradução livre):

“revolucionária e revolucionário é quem não segue modelo / é quem vai inventar uma experiência que não tem pra copiar / porque quem tem pra copiar é conservador” Assim declara o filósofo e advogado marxista Alysson Mascaro em um debate na #VazaJato, sampleado na faixa “aquecimento da massa” de suave. Assim considerado, “brasil, um sonho intenso” é bastante revolucionário: uma introdução de vinte segundos com um sample de uma descarga de privada precede cinco colagens de som frenéticas que são infinitamente inventivas. Anunciada por cowbells, “aquecimento da massa” é uma mistura violenta de batucada, sintetizadores distorcidos e berrantes, tudo sustentado por um estrondoso 4/4. É uma música barulhenta e cativante, que soa extraterrestrialmente moderna e, ainda assim, enraizada no solo da tradição do samba brasileiro.
A música seguinte, “arrebatamento epistêmico”, flui perfeitamente nesse rastro: um agogô de samba, tambores retumbantes e palmas guiam o ouvinte por uma onda errática de sintetizadores arpejados (sampleados de um jogo de Yu-Gi-Oh! do PlayStation), enquanto um professor de história. luta para dar uma palestra sobre a etimologia da Macumba. “foda” é uma faixa espectral que vagueia silenciosamente, com bateria oscilante e midis de trompete, antes que “eterno agora”, sample da power ballad dos anos 90 de Roberto de Carvalho com o mesmo nome, chegue como a faixa melódica mais estruturada. Um começo arrastado – com muitos pads de sintetizador e vocais lentos – entra no ritmo de uma batida de trip-hop e um solo de saxofone que pode ter saído de uma trilha sonora de Angelo Badalamenti. 
A peça final, como uma colaboração digitalizada entre Pedro Dos Santos e Sebastião Tapajós ou um corte de Jorge Degas e Marcelo Salazar em “Muxima” (1995), apresenta uma percussão intrincada e viva. É um momento de trégua, com flautas crescendo e sons de pássaros sampleados. Mas seria um final impróprio para o frenético álbum de suave se não caísse em um distúrbio final de barulho: de repente, a percussão encontra uma nova força, como tambores de cascos galopando... mas o clímax nunca chega. Impossível de prever, o álbum fértil e inspirado de suave termina com um último floreio "revolucionário" – a construção se dissolve em uma névoa de reverberação e ruídos da floresta tropical. E ficamos com as falas inquietantes: quem olha pra dentro acorda / todo rei deve se enforcar / arrebatado em águas revoltas"

credits

released August 22, 2020

vitória lobo (@vitorialobbo_) me ajudou com a produção/edição da capa
falas de alysson mascaro, luiz antônio simas, suely rolnik e edna shanenawa

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suave São Paulo, Brazil

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